«É urgente permanecer»: é o último verso do poema de Eugénio de Andrade que vai servir de inspiração ao Projeto Estúdio em 2025! Retomando o espírito da celebração dos 50 anos do 25 de Abril, que também enformou a atividade daquele grupo de teatro no ano passado, e olhando ambiciosamente para as comemorações dos 50 anos da APCC – Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, que se realizam ao longo dos próximos meses, pretende-se questionar o que é, hoje, urgente e como se permanece em urgência numa casa tão grande – quer se trate do País ou da própria instituição.
Ontem, na Quinta da Conraria, reuniram-se muitos dos que farão parte deste percurso: os elementos do Projeto Estúdio, dirigentes e outros responsáveis da APCC e parceiros externos (mesmo que já ‘cúmplices’ habituais). Numa reunião de planeamento que foi muito mais um exercício de partilha criativa e harmonia colaborativa, traçaram-se planos a diversos tempos: a escolha das obras que motivarão novo regresso às livrarias Almedina Estádio Cidade de Coimbra, Casa do Castelo e Faz de Conto, as estreias de três novas oficinas-espetáculo por eles inspirados e a sua partilha sob outras formas e noutros locais (vão ter de ficar atentos para saber todos os pormenores…)
O Projeto Estúdio propõe-se, desta forma, a continuar a experimentar o lugar do livro, da palavra e do espectador enquanto participante, caminho que, sem que o tivesse traçado à partida, tem vindo a marcar a sua atividade. Assim, com o programa “É urgente – uma equação que tem de dar 50”, o coletivo dá continuidade direta a “Uma sombra é para…” (desenvolvido em 2023 e 2024 e do qual ‘recupera’ também as parcerias com os Ligados às Máquinas, a orquestra de samples da APCC, e a editora Boca) e a “FLORescente” (2022).
Do trajeto do Projeto Estúdio – que é coordenado pela atriz e professora de teatro Adriana Campos – constam ainda “Cem linhas”, um espetáculo que foi igualmente um livro (2016), e as ‘aberturas’ da Loja de Vender Poetas (2018) e da Loja de Vender FI (2019).
Este é um dos dois grupos teatrais em atividade na APCC, no âmbito das diferentes áreas artísticas que constituem uma parte importante da ação da instituição enquanto promotora da inclusão social.