“À sombra da minha sombra” é um poema de Manolo Chinato, a quem o grupo de teatro Projeto Estúdio deu uma nova vida, uma nova leitura… a sua leitura. Mas não o fez sozinho: convidou para o efeito um outro ‘´cúmplice’ com origem na APCC – Associação de Paralisia Cerebral de Coimbra, a orquestra de samples Ligados às Máquinas, mas também a editora BOCA (através da sua a fundadora, Oriana Alves).
É o resultado desta poética e ambiciosa colaboração que se dará a conhecer alargando a parceria também à Rádio Universidade de Coimbra, uma vez que terá a sua estreia no programa “Há Vida(s) Nesta Cidade!”, de Isabel Simões. Poderá escutar tudo já na tarde do dia 8 de março no site daquela estação, ou em antena no dia 15. Depois, será a vez de o poema ir ao seu encontro, em diferentes espaços culturais da Cidade. É caso para ficar triplamente atento…
Este será também o momento para o ‘arranque’ público de “É urgente – uma equação que tem de dar 50”, o programa de ação do Projeto Estúdio para 2025, que olha para as comemorações dos 50 anos da APCC para questionar o que é, hoje, urgente e como se permanece em urgência numa casa tão grande – quer se trate do País ou da própria instituição. ‘Recuperando’ o texto de Manolo Chinato ao programa do grupo nos dois anos anteriores, ele servirá como charneira para o que se segue: ainda este mês, a estreia da primeira de três novas oficinas-espetáculo inspiradas por livros sugeridos pelas livrarias Almedina Estádio Cidade de Coimbra, Casa do Castelo e Faz de Conto.
O Projeto Estúdio propõe-se, desta forma, a continuar a experimentar o lugar do livro, da palavra e do espectador enquanto participante, caminho que, sem que o tivesse traçado à partida, tem vindo a marcar a sua atividade. Do trajeto do Projeto Estúdio – que é coordenado pela atriz e professora de teatro Adriana Campos – constam já “Uma sombra é para…” (desenvolvido em 2023 e 2024) e “FLORescente” (2022), enformados pela ideia atrás expressa, e ainda “Cem linhas”, um espetáculo que foi igualmente um livro (2016), e as ‘aberturas’ da Loja de Vender Poetas (2018) e da Loja de Vender FI (2019).
Este é um dos dois grupos teatrais em atividade na APCC, no âmbito das diferentes áreas artísticas que constituem uma parte importante da ação da instituição enquanto promotora da inclusão social.